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28 março 2009

Por amor

Não pense no sangue
corrido

No beijo incalculado
que nem sabias dar
os lábios
e
o esperma
ainda
quentes de espera

(ou te espero: no infinito, onde pouco me atormentas)

Sou o filete
não o coração que sangra

E é no esquecimento
mesmo que te sofra
onde
en-contra-lento: seguirás um pouco mais alegre.

(porque felicidade tirei dos traçados da mão)

Esquece, e força a esquecer
que um dia a voz foi doce
e a pele quase pulsante
quase abraçava a tua
e te compreendia.

Nem tu imaginavas
que
era assim também
como gaivota
o vôo em
que dormimos

De nunca mais nem nunca mais se lembrar de mim: não é bonito
não sofrer?

Dói, que tenhas que me ter por saudade

Doeria mais se por caridade fingisse que
faltas em mim?

o que de mim basta
é me apiedar: e não sou tão alto nisso.

Por fim: as flores que te enviei
tinham
ou não tinham espinhos?

Um comentário:

So Much More Than Words disse...
Este comentário foi removido pelo autor.