Se na senda com que me joguei fui vestida de amores e ouro, relembra a tua paixão por mim e honra sempre e por todos os anos aquela que de arroubo enfrentou o império cristão.
Sê forte no peito onde teu argumento arde e respira mil canhões por mim enquanto há tempo, porque nosso era o tempo das cordialidades.
Sim, meu pequeno poeta, eu não voltaria ao nosso amor, que dele, afinal, por mais saudades sinta, não poderia obter a chaga maior da vitória. Feito loba avancei sobre o precipício e me fiz águia verdadeira e nobre, no entanto, amor, meu amor fraterno por ti eu não descansei.
À força que me foi dada, derrubar cruzes e dissimular por entre os corredores do palácio, era o meu destino. Que por ele sim fui elevada, longe até o murmúrio das cobras eu comando.
Quase me roubaste.
Ainda que no futuro nos façamos novamente unidos não temas a solidão porque de aflição virá-te a pena certeira e todos nós que lutamos bravamente sem fraquejar. Semeamos a libertação.
Nenhuma fraqueza há depois de cinco séculos porque nem nos esquecerão o nome nem o nome máximo da provisão de paixões que ainda nos serão dadas a usar.
A minha coroa leva o teu nome como mais puro e fiel solitário.
Liberta-me de verso em verso e veja que eu retorno ao mundo, por nós.
Ana Boleña
3 comentários:
adorei isso.
legal ver escritos de outros por aqui. leituras tuas.
tem música cantada por nice lá no um-sentir ^^
abração!
Itaaaa, então, a Ana Boleña é meu único pseudônimo, e essa carta é a carta final dessa série, são cartas inspiradas na verdadeira Ana Bolena, que foi rainha da inglaterra e morreu decapitada ;) mas o mais interessante é saber que tu sentiste como se não fosse eu.
poxa, meu, tu és demais! sério, um forte abraço e bom final de semana!
haha, que massa isso, chris! eu ter lido algo pensando ser de outro quando na verdade era teu. era e não era, claro, por se rum pseudônimo.
foi legal tu teres dito isto. talvez mude minha leitura. mas o importante é aquela primeira mesmo, a que eu fiz como se fosse escrito de outro.
adorei mesmo!
abração!
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