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27 maio 2009

Carta de Ana à margem de amores

R.
Estranho que aconteçam todas essas coisas conosco. Estamos nos amando ou, por conta de carências sofridas, nos apegamos demais ao acolhimento? Certamente hoje tocaste em mim sentindo mais inevitável que tu, partes a pele exposta, sabias? E o frio que antes era de outono passa ao umbigo com os pêlos descuidados. Logo não passará. A pele sim, macia, imprime outras tintas, difícil esfregar.
Perco tempo nos teus olhos e, como tudo em mim é sigiloso, deixemos o desespero do futuro dia em que te abandono sem sinais ainda. Serás feliz, meu anjo-guarda, ao menos sem sofrer de antepartida.
Até que, como deveras, a tinta seque...
Afetuosamente,

Ana Boleña

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