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04 julho 2009

Carta ao irmão

Não, meu querido irmão, não foste tu o cruel abandono do meu sonho.
Estás a salvo e a salvo te encontrarás sempre em meus braços, porque ousaste sonhar comigo um trono de vindouras e felizes horas.
Só isso queríamos, lembra-te e por isso fomos julgados.
Lembrarse apenas das horas em que sorríamos, inocentes, eu e tu, e corríamos, inocentes, eu e tu, numa infância que de passagem nos fez adultos: que adultos estes que nos suportam?! Ou não suportaram o amor fraterno que ensurdeceu o mundo!
Desprezo o mundo que na espada colocou nossos nomes indignos, lá fora clamam em nome de quem?
Se tudo o que queríamos éramos sermos livres e inocentes.
Perdoa o mundo e acompanha a legião que ainda adorna de bens maiores esta terra-aqui. Esta tem futuro ainda, mas apóia os olhos no futuro: lá de novo ergueremos nosso sorriso infantil.
Sei disso, como sei do medo e do ódio que possuem os corações não amados.
Irmão, que és tu, de um tempo em que fomos mesmos inocentes.
Não te abalarás agora, sê firme e ergue a face à vitória que nos espera.
Sê fiel a liberdade.
Sê fiel ao nosso amor fraterno.
Que o mundo tenha nos cortado a garganta, mas não o nosso riso.
Já e mais,

Ana Boleña

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