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08 junho 2009

Carta ao querido insistente

Quantas cartas eu teria que lhe escrever, meu querido solitário, era o normal que não me enviasse cartas ou as retornassem, ou acho que faltou-me impor mais sentido no que digo.
O mundo dos pássaros não é o teu, nem o meu.
Seria o caso de pedir para que não pensasse tanto em mim de forma que a minha sinceridade, aquela que tu exiges, só pode ser consumida em logo tempo de afastamento. O que pra mim não é um deleite.
Aflige-me sim que teus soluços estejam certos de uma verdade improvável.
Garantir-lhe que meu coração não pertence a ninguém... Se é isso que queres de resposta: não, mesmo não é.
Como algo que bate tanto em mim posso doá-lo desprevenidamente a outro, que, do mesmo modo, tem um igual.
Não que eu zomba, mas essas estranhas chagas não são minhas.
No que eu puder aliviar te sirvo, embora nasça a força justamente porque corpo algum cai em falecimento por conta de amores.
Dizem então que sou feiticeira?! Quem disse, amor, escuta: talvez queira o feitiço pra si, e nisso sou bem discreta, uma vez que não sou e o feitiço deve estar em ti também. Escuta que quem te lamenta terá o colo que precisas.
Na rede de intrigas ao qual nos rodeia a todos por que não libertar os nós em afetos mais saudáveis?
Não te amar, é um sinal de crueldade minha. Aceito, mas lembra-te que de fato perdi um tempo em escrever estas linhas e te anestesiar um pouco à dor.
Com afeto,

Ana Boleña

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