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24 março 2009

Insistencial

quantos segredos eu tinha?
mais que um
mais que dois
e o terceiro
por conto apenas eu diria: quando eu tomei a decisão íntima de te abandonar era pela tua morte que eu me preparava.

entenda a morte. alguém entende? e bem levamente, foi o que orei, pelo menos tu morresse para que não sofresse tão interruptamente de impactos precisos e tão lentamente que talvez tu tivesse tempo de se esquecer de mim.

daí quem eu sou deixaria de ter dois pontos.

não seria questionado. porque o nada já nominar - me - nem - ia.
(como a realidade é complexa esta amnésia só aconteceria em ti: aos objetos, amigos, aos meus gatos, seria um pouco diferente: eu existo porque em ti insisti.)

Um comentário:

Anônimo disse...

como é dolorosa/deliciosa a permanência na memória daquilo que viveu em nosso corpo e que, de certo modo, nos sobreviveu.

m.m.