Eu não disse tudo o quanto eu queria?
Você já sabe agora o quanto eu te amo. Tenho a sensação de que choro por dentro. Eu queria você bem pertinho. Porque tenho que amar novamente. E eu não quero confundi-lo. Me prendo ou melhor: me liberto em mim. Eu não quero me confundir.
Mas não sou decidido. O que sinto não posso deixar. É demais. Meu deus, eu te amo. Sinto sua falta. Sinto vazio na sua ausência. O mesmo vazio que tanto ironizei. A mesma coisa brega que tanto critiquei. Veja meus versos! (não é preciso ler)
Estão cheios de tudo o quanto retraio. Meu deus, eu quero morrer da escrita agora. Não é trágico: é contra mim. Eu nem pensava em você quando eu já me esquecia de você.
Eu estava lendo, esquecendo... e agora volto às velas, para me declarar ao papel, para me debulhar em letras palavras românticas versos inúteis.
Seu abismo me atraiu. E seu corpo também. A dignidade que parecíamos ter.
E você nem pode brincar. Eu só queria - vem de novo - até mim.
Não há choro que tenha pontos finais. E tornaria finito o que me oprime.
É que amanhã de certo quererei novamente.
E esquecerei e você voltará.
É o que chamam de tormenta?
Permita-me fugir: definitivamente.
Viver por mim ou por nós: dois.
Primavera, 2004
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