porque eram leves as tesouras e as mãos
me levaram ao encontro da chuva:
duradoura.
os lábios novamente mordidos e o antebraço
anterior a isso que nos guardasse das máculas e imprevistos
o que era prévio, e sempre fora:
o inusitado encontro em que a liberdade fez sentido
se te sentia suar nos meus mamilos pequenos.
se eu te sentia um ar de romantismo contemporâneo:
que é desses risos falsos e lacrimosos
tipo de carinho sem estrada no corpo
tipo de palavras inseguras e a um só tempo fortes (o suficiente)
que reteram os meus ouvidos e retém ainda quando as lembro
de relance entre um sono e outro (feito filme de amor).
eu teria dito:
- é bom termos a pele finita, e caminharmos longo ao redor do outro como dois cães vadios.
Um comentário:
gosto da tua construção de versos porque ela propõe imagens que vão além do óbvio proposto em cada poema. não há encadeamento natural de versos. há um cruzamento. há possibilidades de leituras. pulando versos, entrecruzando-os. assim os vejo. assim os leio. acho-os ótimos!
abração!
Postar um comentário