(antes da despedida)
de ter pensado um pouco mais em nós
com o carinho que eu havia prometido: mastigava em pensamentos os meus dedos e os teus.
eu queria ter tido um pouco mais tempo
nenhuma ilusão desmontaria o caráter afinal exigido: colocava a toalha na máquina de lavar, depois que nem suei.
e que se fosse (porque foi) o tempo de imaginar as coisas
mas agora é de forçar o esquecimento prévio:
um golpe e outro. como os beliscões que só existem nos desenhos.
eu mesmo não paro neste momento-ato. tento é não pensar que tua pele estaria impregnada das minhas lacunas. porque são duas lacunas que transformam dois corpos numa coisa untada.
forço não lembrar mais dos teus olhos, sobretudo na maneira com que me observava distraidamente.
A tua observação vagarosa: nos meus lábios bebendo.
pequeno tempo passou, pequeniníssimo, para que nosso amor se virasse em um conto menor de um poema bobo.
Um comentário:
gracias, sim, cristiano, a estas ferramentas virtuais que nos aproximam de tantas coisas bem produzidas!
grande abraço.
Postar um comentário