Há quanto tempo eu te conheço em poucos minutos de silêncio?
não saber se o que tens de mim
já te bastava
não saber se o que tenho de ti
já era bom:
- Tu me assustaste naquela noite.
me falaste em distância e do meu coração
pois
me falaste pausadamente com as pontas dos dedos sobre a mesa tentando explicar por entre objetos o quanto dois homens se amam.
eu observei discretamente até o movimento do teu queixo.
pois
Eu me observei discretamente para não me pegares em falso:
- Nunca daria alarme ao inusitado.
O que me despertava talvez me doesse.
Ingenuidade em crer, e eu mesmo, que não nos perderíamos dentro de nós
(nem nos preparamos para a guerra)
É que sou imaturo em não saber nunca machucar uma fruta inteira.
(ou não poder)
Se soubesse que naquela noite precisei quase usar muita força para não pensar em ti:
- Eu usei em vão, mas não te confessaria.
(porque outros dias passei tremendo)
Claro viste os meus olhos vermelhos?
Se nos teus dedos pela primeira vez senti medo.
- Me deixaste frágil,
- Por que te preocupas,
- Que não estarei aqui,
- E talvez não esteja,
- Ao voltar.
Me deixaste frágil, meu amor, que me amaste sem dor alguma e te preocupaste comigo, que me tornei um membro extenso das tuas fantasias e meu próprio silêncio era uma dádiva para contigo que só tinha a mim para se distrair ou nos tornamos brinquedos cativos.
2 comentários:
Simplesmente PERFEITO!
Traduziste exatamente o que senti dia desses e ainda sinto...
Parece até que somos irmãos gêmeos!
Vivi e vivo exatamente isso! Nesse momento eterno de mudança E de cativeiro... medo sentido entre todos os dedos...
ah, amor amor, e eu que tinha dúvidas quanto a este texto agora fico mais contente ;)
que te adoro e sinto falta, sempre
beijos
Postar um comentário