Powered By Blogger

30 junho 2010

A mudança ou Cativeiro


Há quanto tempo eu te conheço em poucos minutos de silêncio?

não saber se o que tens de mim
já te bastava

não saber se o que tenho de ti
já era bom:
- Tu me assustaste naquela noite.

me falaste em distância e do meu coração

pois

me falaste pausadamente com as pontas dos dedos sobre a mesa tentando explicar por entre objetos o quanto dois homens se amam.

eu observei discretamente até o movimento do teu queixo.

pois

Eu me observei discretamente para não me pegares em falso:
- Nunca daria alarme ao inusitado.

O que me despertava talvez me doesse.

Ingenuidade em crer, e eu mesmo, que não nos perderíamos dentro de nós

(nem nos preparamos para a guerra)

É que sou imaturo em não saber nunca machucar uma fruta inteira.

(ou não poder)

Se soubesse que naquela noite precisei quase usar muita força para não pensar em ti:
- Eu usei em vão, mas não te confessaria.

(porque outros dias passei tremendo)

Claro viste os meus olhos vermelhos?

Se nos teus dedos pela primeira vez senti medo.

- Me deixaste frágil,
- Por que te preocupas,
- Que não estarei aqui,
- E talvez não esteja,
- Ao voltar.

Me deixaste frágil, meu amor, que me amaste sem dor alguma e te preocupaste comigo, que me tornei um membro extenso das tuas fantasias e meu próprio silêncio era uma dádiva para contigo que só tinha a mim para se distrair ou nos tornamos brinquedos cativos.

2 comentários:

Schaita disse...

Simplesmente PERFEITO!

Traduziste exatamente o que senti dia desses e ainda sinto...

Parece até que somos irmãos gêmeos!

Vivi e vivo exatamente isso! Nesse momento eterno de mudança E de cativeiro... medo sentido entre todos os dedos...

Unknown disse...

ah, amor amor, e eu que tinha dúvidas quanto a este texto agora fico mais contente ;)
que te adoro e sinto falta, sempre
beijos