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30 janeiro 2009

O resgate

Resgataram-me
no início era tudo muito rápido
e a violência nem era algo doída
dói depois
quando
se sente a garrafa
e o frenético-vácuo
Puto, eram os que-me
diziam
e eu
tão ingênuo e fraco
sem poder lidar com isso

Resgataram-me
depois de tudo:
era pelo medo e pelo absurdo
que
a febre se estendia e ia e ia e ia

Eles sempre quiseram isso: diziam enquanto riam
mas eu tinha
um olhar tão meu tão distante daquilo ali
que não conseguiram ir adiante (os paus estavam moles)

mas a garrafa é dura, não é?
é dura, é dura, é garrafa!

eu tinha a boca tapada
e depois cuspia
mas era cuspe com desespero
e suor (tem uma hora do medo que a adrenalina é tão grande que desfaz a dor)

era um adolescente que caminhava na rua com seu jeito de ser afeminado e depois disso virou punk-rock resgatado.
ninguém viu. só eles. dois grandes enormes não porque fossem dois grandes enormes, mas porque representavam a grandiosidade enorme na cara e porque já tinham barba e porque podiam fazer o que quisessem. e fizeram.

era um conto assim o início de tudo.
e um deles. coitado. me enviou uma carta de amor.

o outro eu perdoei. porque pegou na minha mão
enquanto me batia.

Um comentário:

mayná quintana disse...

chris, que bom, me encontrou por aqui. e viste meus gatitos, que delícia.
bonitos os teus escritos no diário íntimo, pena não ter podido ir lá ver como sooam. não conhecia o pomar das artes, não conheço. fiquei curiosa.
vou te procurar lá no orkut.

beijo adorádo (;