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07 janeiro 2008

desejos humanos

Eu não sei qual o limite
dos meus desejos
mas eles são feitos de intensa humanidade
disso sei: embora treslocado, não penso mal de ninguém
não sei se consigo isso
e por aí nem sou vítima
nem sou o bondoso cristão
é que o pensamento das coisas íntimas
trato com cuidado
não se pode quebrar por tempo todo o que se passou por tanto
carinho

e nem todo amor é remediável
como as fúrias também não são todas, essas paixões dolorosas
feitas de alucinações quase físicas
não sei se expresso, só não quero deixar que me firam demais

porque já corro por aí entre histórias tristes que me tomam o espírito
e o destino
de teclar por entre personagens
que eu não sou
que nunca serão
que sim ficção por onde ouso caminhar

na realidade que me vêem não quero obrigar ninguém
a me compreender
e me resta render meus passos à possibilidade de realizar
amor

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