- não sabia mentir também.
e por isso naqueles tempos todos dedicado a não pensar, naqueles tempos todos matando a lembrança: que sempre volta, erva que de danhinha danifica o coração sadio, o pensamento imberbe e inútil: ah, mas quanta utilidade na distração, em revolver as mãos e senti-las como se fosse o outro.
daqueles toques todos imaginados, daquele bafo inteiro em seu pescoço: nos dias de inverno.
sol, não há, mas era intenso demais, dizia a si mesmo e se repreendia, e voltava, coitado, com os olhos pela janela doído e doido por ter coragem.
- não matar neste dia, mas no outro quem sabe, este amor que não é eterno, é intenso e quase inevitável. dá sede aos sulcos e aos baços, dá sede à garganta debaixo.
adentro, fere e desmente das minhas mais breves máscaras.
(não que a hiena não se apaixone no seu riso, e como toda natureza, é tão boa nisso).
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