os nossos braços largos toda vez que eu te via
e meus olhos brilhavam uma cor diferente do que eu já sabia de mim
o mundo inteiro rodava aos poucos como aos poucos foste seduzindo meus cabelos raspados
meus olhos inchados. eu não tinha mesmo o frio mas o calor intenso de um desejo bem pequeno
crescendo em crescendo dentro de tudo, de mim e de tudo: os objetos falavam coisas de me deixar perdido
os objetos me documentavam na solidão em que te esperei e pelo teu riso: chapar no teu ombro tarde inteiras
será que não era isso o amor. eu pensei durante madrugadas. porque de amor tranquilo pode viver um homem são e um homem demente
porque de todas as coisas eu imaginei um futuro numa rede com mil gatos. a chácara extensa de nossos pêlos caídos com o passar dos anos e o mesmo beijo e mesmo afeto dos tempos idos.
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