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19 março 2010

ele-e-eu.

lutou cansado. esperou um amor inútil nos meus lábios.

se preferir posso ser gentil e lhe fazer um carinho nos braços:
eu também me lembrarei que te fiz rir
eu também tenho lembrado que te faço raiva
aliás, eu tenho me lembrado bem que tens estado aflito ao me ver partir.

(hoje eu sinceramente pensei que pudesse acreditar em ti)

tu és meu coringa no jogo de cartas?
eu não sei jogar. olho imensamente pro valete
até que me apaixone

até que me apaixone
os números não me dizem nada
dessas regras
que criamos pra distrair do amor: com ouro coração e espada.

o que são as copas se não a sombra onde passaremos
por nós
feito sombras desconfiadas

se nem sombra sabe se existe.

não sei viver sem me alimentar de ti. lembro-me que tu me fizeste cheirar as pontas dos teus dedos cheirados a papéis.

(eu-e-ele soltamos longas tardes em troca de ao menos passarmos os tédios)

estavam muito geladas aquelas latinhas no chão: eu não tive a intenção de
te tombar.

- tropeças-te em mim, não?
- não, não era a minha intenção passar por ti.

eu e ele somos como dois rivais, em nós ascende um desejo impuro
que eu transformo em bonito
que ele me torna impreciso.

Um comentário:

marcio markendorf disse...

chris, gostei muito das imagens desse seu texto e, por mim, se pudesse, teria as roubado para minha própria linguagem. só não é preciso: dizemos as mesmas coisas em tons de voz diferentes. (acho eu)