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21 fevereiro 2010

carta a ti.

estava quase descalço
eu estou prestes-estava quase a me entregar:
senti teu rosto no meu de manhãzinha

foi teu poema
ar-deu-
me
de insônia

eu estou prestes-estava quase a te entregar:
minha loucura e a tua? dois doidos frágeis.
as nossas casas grudadas e todos dizendo de amor.

tem gente que torce por nós - e até ao inverso
- eu fico sem jeito ao te olhar. talvez nenhum amor tenha sido mesmo: e sãs (as obsessões) - nos fizeram anjos.

tem gente que nos acha bondosos: eu vi que você chegava e tirava minha roupa com paciência eu vi que meus pés tremeram porque não te vi falso: tu soubeste fingir mais que os outros:
e tu não eras falso: tu soubeste das letras e dos canhotos. tu entendias meu cheiro de nicotina e eu te faria um café melhor que chá: queria tomar contigo todos os suaves drinks. eu me esqueceria em ti, porque confio plenamente quando teus olhos me acusam. porque confio plenamente quando meus pensamentos me traem e não sinto nenhum tipo de arrepio: ouso apenas parar um pouco.
a roupa continua no varal. a roupa que era tua e era minha a roupa. eu não queria mais enlouquecer ninguém na minha tarde.
Você. me visitar sozinho. será o fim de vários mundos: e nós sabíamos.

tu do o que escrevemos no passado (dois passados): já queremos nos despedir dos genes. já queremos nos despedir daqueles? já não sei. me confundiste com teu carinho.

o mais engraçado era pensar que seduzimos os mesmos homens com a nossa natureza de
ser
ou
ro.

este meu poema não é um poema. é o início de algo
que está nos pedindo
para eu te amar (ainda que o amor seja algo infrutífero do s últimos anos).

toda a minha casa está vazia. tenho dois pulsos. eu tinha uma insônia e fiquei contigo.

eu não consigo ver tristeza em nosso futuro: eu não consigo ver fraqueza (como eu vejo os fracos e inocentes): tu estavas no auge da beleza que procuro.

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