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10 janeiro 2010

Fortaleza

Não havia rezado por um milagre e se preocupou comigo
como se eu pudesse ser amado e tu quebraste o feitiço dos séculos em que meu espírito entrou.

Não, por agora não morreria, mas talvez
no contágio desse lindo amor - uma dor tranquila - eu me acabasse: são nossas as lágrimas tão coloridas

Veja antes ser amado por ti: que era bom e é seguro
mesmo na tua ausência

Vejo antes que te amo... infinitamente e sem desespero
No desapego que te espero

É estranho que eu tenha certezas e tu tenhas as tuas que me fazem bem?
É estranho que eu tenha amor quando nem existia mais algo que fosse assim em meu coração?
Ou era brega mesmo tudo o que eu sinto e mesmo assim te respiro em bobagens.

Nós que nos amamos fortes
apenas
nós que nos tenhamos sempre

É verdade, sim, tudo
o que disseram de mim
tudo o que tinham dito à verdade: confesso.
E nos meus erros ou só, da solidão própria, não foi bom ter te evitado a dor?
No desapego em que te espero eu te amo em fortaleza.

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