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07 dezembro 2009

O coração jazz da noite bem escura

Eu sim estive entre o coração
e a noite

eu sim estive entre os putos e os coitados

eu sim estive dentro: um dia inteiro nublado

mantinha entre os insanos
uma casa noturna
mantive na minha pista
amores solitários
e os homens
quantos homens
desfilaram de se divertirem
e dançarem sobre
a minha pista gelada: o coração metálico espelhava o brilho das ilusões possíveis

ou homens que por ali acabaram sós
e a sós se abraçaram - calei
me um pouco dessa tardia maldade

e aprendi com o tempo a nevar
porque chamava-se tempo o amor que encontrei
é tão venenoso o veneno que me desfez?

seja lá o que tenha me acometido
desisti de distrair os banidos e ergui um pouco as asas
pequenas de não sair do chão, é verdade
o coração que ama não pulsa, se desespera
e derrete a noite com a neve
que
gela em cristal e cresce em pétalas

ao menos anjo um pouco
para não perder da vida o brilho todo
e nem ter tido destino de banir os outros
e nem lembrado por quebrar as juras
um pouco? da memória de não ter sido apenas
amante de mim.

Um comentário:

josé-virgílio disse...

sim, mudei de blog, cris. avisa se tiver alguma atividade no pomar. esse poema tem um sentido de sutileza.abraços.