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25 outubro 2009

Não vou te contra

Queria saber como faz para me esquecer
queria saber como faz para me tirar de dentro

queria saber de tudo isso e eu sem respostas
Não há lamento maior que a baunilha escorrida em sabonete líquido
Pele fresca de recados

Se maldito é o coração que se engana, não não comigo, meu amor,
eu não tenho as fórmulas do prazer: mas deixei
que pensasses em mim
que desfrutasse de mim em fantasia
até sei que pensasse em futuros comigo
tantos futuros e noites

até deixei que ousasse distrair-se comigo em suas
masturbações: posições sem pudores e aqueles beijos úmidos
Ah, amor, não te engano e nem te apresso
Esquecer-me, por quê?
Te peço calma, o que você faz de mim depois de estar na tua cabeça?
O que você quer de mim quando bate um coração inocente?
E o meu, não é? Não, você tem razão em saber que não... Eu tenho a inocência apenas dos jantares ausentes, da pele recusada, do malgrado cigarro: afasta sim, porque preciso de mim, mas nunca pensei que te causaria dores. Nem pensei que lamentarias um dia ter-me afeto. Por quê? Amor, se é tão bom amar.

Não, que nesta tua insônia não esteja, eu vibro em saber que és feliz ao me ver.
Eu vibro, mas se queres te dou a pequena equação do esquecimento:
dói não mais ouvir as nossas músicas
dói não mais sentir minha voz no telefone
dói não mais me procurar por nada ou coisa nenhuma apenas para me ver
dói, e esta dor não te matará
dói, lutar contra mim querendo tanto me aconchegar um pouco mais
dói, mas se é o esquecimento, isto quer: faça
Faça o que te digo: esqueça meus poemas e tente esquecer dos momentos que passamos juntos
Não será fácil e afinal, sentirás, um vazio: doerá mais ainda, que é quando a faca parte em dois lugar nenhum.

Tens a sorte, não tens, de não ter me deitado em tua cama, ao menos
Tens a sorte, não tens, de não ter me beijado por tanto tempo quanto querias ou sonhaste
Tanto tempo que ficaste treinando a hora exata de me pegar pelos cotovelos

Dói, o sabor de que se poderia... ou poderia me ter.
Nem ao menos te dou resposta: é que eu mesmo não sei.

Das decisões íntimas de cada um, sim, eu não vou, nem nunca, vou, contra.

Um comentário:

josé-virgílio disse...

christiano, há quanto tempo! vou passar mais aqui. abraço.