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11 outubro 2009

Do pequeno

Tinha a coragem de expressar tudo e o submund
de si mesmo
o escárnio doloroso - um pouco de prática em matar amores com breves olhares

é que daqueles olhos não se podiam confiar
eles te trairiam como os da criança pronta a brincar contigo
e largar no fim da tarde junto a tantos outros brinquedos

a ingênua criança que nos amou por um momento
- quem sabe no próximo dia, dizíamos a nós mesmos

Tinha a coragem de sonhar, tão livremente, que era odiável: sonhos de ser livre
era odiável quando mesmo bêbado segurava, se vacilam alguns certos ombros, as mãos articuladas no ar: elas sabiam direito por onde caminhar os dedos, não?

Era insuportável que o ciúme não viesse tão enorme: mesmo me olhando nos olhos se poderia desconfiar, quem não desconfiaria, que aquele olhar não era só meu.

Perverso, então, era: bastava que fosse orquídea de a gente não poder tocar, flor qualquer que o homem presenteou de nome bonito.

O delicisioso era apertar seu pescoço, caso conseguissem, e ali sim, no meio de um esporro
dedicar-lhe amor

amor que se pega entre as veias e quase mata por não sermos vampiros mas sim humanos de insatisfação

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