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11 agosto 2009

Última canção (que fiz pra você)

Faz tempo, disso eu sei, e não me relembro muito de tanta coisa que se deveria, como se em outra vida tivessem abdusido de mim e só em sonhos, talvez, talvez em sonhos
eu pudesse
crer que houvesse algum pacto mais nobre em duas almas.

foi escrita em 2008 esta canção (que nem se canta - nem nunca eu cantaria porque não tenho voz):

ainda quando tinha ouvidos, eu segui tua evocação
que nos lábios alheios fizeram meu destino porque eu não acreditava mais em deus e ainda era humano de ter bondade. ainda quando eu
escutava, à noitinha, teus grunhidos, ou que te lamentavas um destino sem mim: lendo aquelas cartas escritas em nuvens que a tempestade acizentou.
há algo no vento que você sempre poderá sentir, minha pele resseca rápido daqui.
eu estive próximo de te esquecer
eu estive próximo de morrer para não arrancar teu nome de mim - ou arrancá-lo seria muita mutilação e eu ficaria sem braços pra te escrever melhor. (era
então
que nos cortassem as línguas e assim nunca nos beijaríamos - de qualquer maneira:
estou aqui por última canção secando teu rosto em pratos de cristal.
já nunca fui mesmo uma canção de amor. nem viverias apenas para nós dois. que é pouco para todas as nossas ambições.
perto de mim você só encontraria um par de meias e mais uma sangrada. Você não mataria por mim, mas morreria pra que eu brilhasse feito meu sobrenome mente.
não sabias? que os azuis são as cores mais traiçoeiras? não sabias que eram castanhos e iguais os nossos ollhos mistos de medo, não, eu também não soube.
hoje é outubro de 2008 e nem sei qual o motivo da despedida: no futuro, que é coisa rara de ver, eu vi que um de nós dois não ficaria junto comigo. escrever carta é pior que mentir.
por isso é uma canção
que se pode ouvir com qualquer música até como tradução de outras músicas intraduzíveis.

C.

Hoje eu postei essa coisa, porque me faltavam dedos. Talvez eu tenha me lembrado que só você soubesse a verdade e eu não queria entrar no novo mundo sem que você lesse as últimas letras em que me confessei, sem tanta sinceridade assim, que é o que você sempre diz. com tanto egoísmo ainda que não é diferente de ti. sou mais humano longe mesmo.
por que tu vais primeiro, eu não sei.mas é melhor que tu partas e eu fique. embora ar eu cumpro a vida enraizado ao chão: aerado (pra você rir).

Um comentário:

Marlio disse...

este texto, nao sei pq, me remete a um dia de chuva na ilha, no inverno