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29 julho 2009

Ti vi bem

Noite em que te vi chegar:
Noite em que chega (ou chega mesmo)
Nunca decifrar o rosto maquiado de certas expectativas
o nariz nem se ofegava: de tão forte olfato

ele cheirava o rio que estava em mim
entre as sinapses que eu fazia
entre os miados que eu chiava - com ch pra desviar os sonos
sonidos - diziam

que nos cantos ou nos quintais
diziam
havia um singelo/óculos quebrados
noite em que me vi: se aproximava mesmo a ofegar suicidio
não era a causas mortuárias
causas e alguma calças para lavar no dia seguinte
me despertariam
de repente te repense por cima de mim
e não liguei para ninguém
nem avisei que viria

estava claro que viria
embora a noite que te vi chegar

estive aqui.

Um comentário:

MM disse...

Adoro seus poemas, ainda que revelem uma ausencia profundamente sentida e por isso tristes...mas nas entrelinhas há uma sonoridade de crença e amor a vida.