Noite em que chega (ou chega mesmo)
Nunca decifrar o rosto maquiado de certas expectativas
o nariz nem se ofegava: de tão forte olfato
ele cheirava o rio que estava em mim
entre as sinapses que eu fazia
entre os miados que eu chiava - com ch pra desviar os sonos
sonidos - diziam
que nos cantos ou nos quintais
diziam
havia um singelo/óculos quebrados
noite em que me vi: se aproximava mesmo a ofegar suicidio
não era a causas mortuárias
causas e alguma calças para lavar no dia seguinte
me despertariam
de repente te repense por cima de mim
e não liguei para ninguém
nem avisei que viria
estava claro que viria
embora a noite que te vi chegar
estive aqui.
Um comentário:
Adoro seus poemas, ainda que revelem uma ausencia profundamente sentida e por isso tristes...mas nas entrelinhas há uma sonoridade de crença e amor a vida.
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