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14 outubro 2011

Carta não entregue ¬ 011

Aquela aproximação...
                penso
que voltaria a
te amar.
Por que me abandono à ti? (às vezes) não esqueça de ler entre os parênteses.

Fujo no sono sem querer totalmente o repouso, mas que
em sonho eu tenha o esclarecimento
febril de nossa alucinação.

Tenho pena da minha ignorância, mas coragem para tê-la, assim, sorridente com seus dentes grandes, quase bregas, um tanto anormais, defeituosos, visto que lhe falta cáries (ainda).

É assim, a ignorância contrária ao amor, não se obriga à classe, à fantasia. tão pouco há saudades: pois lhe falta memória.

Ignorância, como é belo teu nome melado em cera. Como é leve esse teu corpo sem pelos e, acima de tudo, como é suportável as tuas falhas.
Já o amor, que se falha uma vez, para que ele submersa envergonhado numa lama de pérolas e aponte o dedo covarde a ti, ignorância (que eu preferiria ter-te inteira como recheio entre meus ossos
a minha alma carregar o peso luxurioso do amor entre a mente que pulsa e a mente que dita).

Mas como eu dizia para ele:
- Às vezes (desta vez sem os parênteses) eu penso que voltaria a te amar.

Verão, 2005

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