Não sei o que dói de constranger tanto
da infelicidade que provoco sem saber
ou dos males que nunca espanto
o que eu não sei é me ferir pouco
porque pouco basta pra dor ficar e a vergonha e a descoragem de cumprir selos de qualquer amizade além
que além
só vejo os mortos
e os vivos que deixei trair
ou que traí por um impulso e sem querer
e sem querer com essa coisa de ser doido
fazer de mim o vidro e a batida.
e se não for perdoado pelo que não me lembro
ou pelo que não sei
ou pelo que não tenho
ou pelo que não fiz
ou pelo que era apenas um pedaço sonso de mim
quem sabe um olhar meigo me conforte
e diga por fim (ou diga por mim):
- que está tudo bem, meu querido, foi só mais um deslize.
por estas vezes que a gente dói o outro
em nós.
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