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04 outubro 2009

dos meus suicídios

Eu havia desistido de mim
eu havia virado as costas, embora fossem minhas
e tão grudadas em mim
que displicência seria com a imaginação fértil e tardia - um mundo de ficção

poesia e letras, nada disso em mim: voltaria são, viveria.
Viveria em meio uma multidão de todos os tipos e as tipografias eu poderia tê-las trocado por novos aparelhos celulares...

eu poderia ter deixado a alma embora fosse mais prático cometer todos os outros suicídios
tão difícil não enlouquecer na borda dos horrores que tenho visto:
ele vivia e sobrevivia, e eu também, e em eternos golpes de mitos imperfeitos e desfeitos: que eu soube e aprendi a desfazer.

Com o tempo a gente aprende a fingir mais que o fingimento: é fingir força e de repente ser
tão forte capaz de dizer que tudo havia passado e terminado como pessoas sãos que somos.

os corações desnutridos são ainda mais amáveis, porque acolhem na sua pureza o grito tardio das perturbações alheias: creem sejam apenas fantasmas, estes corações que não se mereciam nutrir do fogo azul de paladares como os meus: tortos de maldade.

se minha maldade maior foi a de não deixar as costas como estavam e ter burlado certa leis da natureza a me manter com o belo orgulho dos combatentes. Não ficam doentes da cabeça quando voltam da guerra?

Não, eu não ficaria, mas diria que do meu diário íntimo tenho esperanças ainda: não ser noturno e um pouco mais limpo.

até agora, e ainda, matar-me é difícil: onde estavam as bactérias neste mundo.

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