Ri amor sorri

Crível mesmo é quando eu chamo o teu nome ou falo

desde então ressurge em mágica boa

meus ouvidos estalam, não é música: é uma alegria íntima

e

nossa

quantos sorrisos eu iria querer assim? que ao vento e ao tempo se desfazem até chegar a ti, amor, e chega tão docemente, quase dietético, porque sou esquizofrênico com as coisas de comer.

Amor, por um tempo inteiro e todo

eu tenho

e não me importa que me coma entre os dentes arregalados

não me importa que me morda entre as bocas: às vezes sei que tu machucas a língua para esquecer de mim.

às vezes também sei que oras uma estrela fixa e ali fica: a imagem do porvir, é quase idílica a nossa história, desta vida antes monstra e torta.

quando falo o teu nome, o nome de todos os feitiços se aplicam em mim

e

eu, tomado por uma legião de amores: escolho-te guia, guia, guia até que a morte nos una, até lá, amor, sorri vez outra porque sou feliz em ti.

desde já aceito o desafio único de me repartir e depois repartido, deixar que me alimente ano a ano, depois do caldo: fazer uma groselha saudável que teus lábios fiquem roxos e seus olhos lacrimejem um pouco de ardor. é calor também quando o inverno nem existe onde nós estamos e nós temos estado tanto tempo conosco neste pensamento tolo...

Ri, que da minha tolice ainda faço ópera.