Agora é sonho
não é um simples devaneio
eu mastigo a cápsula rosa
com todos os meus defeitos
desenho rosas no avesseiro
(que é onde a gente-ave!)
depois me coloco à tua disposição:
sabes tanto que por estes anos
eu percorri histórias
sabes bem que por estas histórias
nada, nem um pouco, de nós.
Embora a vida tenha corrido rápida-vida de arrepios
eu ainda me delicio
em ter a pele bem macia
e os ossos bem transparentes
a cintura fina
o cabelo sem jeito
e dois óculos perfeitos
meu cérebro: tão cheio de pausas que às vezes emburreço
e neste emburramento
é que vivo de amores
(não é irônico?)
Não.
não é.
Eu tentei aliar as coisas
ligar: mas nunca fui bem
em eletrecidades.
me amar, não é algo a ser definido como fácil ou perigoso
é algo a se amar
(ou alguém, se não for o caso de uma jorrada feroz)
o importante é que eu não sinta tédio.
e que, quando eu sentir, eu possa brincar nos teus pentelhos e talvez rir...
talvez rir.
é claro que eu quero ser amado. sobretudo este amor tão livre que me deixe em paz.
(paz de espírito não existe, se ainda encarnado)
eu te amo
e sempre.
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