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21 janeiro 2009

Tolo

Quem ainda não
sabes
que aprendi a contar
os dias em anos
ou vice-versa
e
sob o poder em que me inseriste
há vida
de uma paciência quente
e
admirada de si: percorrre o corpo em calmadestes inteiros
intervalos
há algo que brinco:porque do medo sinto pouco
muito pouquíssimo
e me
alegra satisfeito
o cigarro o álcool
o calmante
e os dedos que te mastigam num escuro rompante

eu não tenho medo de fúrias
minha língua sim
é luz de stroblee

meus surtos são derretidos
como o queijo

eu tenho um pequeno espaço
nos ossos
eu vou me divertir com ele
(por que não venhas me dizer que é triste o que de fato
é vida)

agora mesmo darei banho nestes gatos tão caninos de me mordiscarem à madrugada
agora mesmo cairia em sono profundo
se fosse mesmo profundo o meu
discernimento

- e lhe darei o resto: sim, tudo, por conta desses anos-todos-dias
em que tu
me criaste
inteiro
(não pensavas que materializavao sonho
quando sonhavas?)

Tolo, a matéria insiste
em
existir

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